quinta-feira, 2 de abril de 2009

Nós trabalhamos.

Com o intuito de ajudar meus pais, comecei a trabalhar aos treze anos de idade. Foi este, meu primeiro trabalho remunerado, em uma FLORICULTURA, onde já trabalhava meu pai e dois irmãos. O salário era razoável, mas eu nem possuía carteira de trabalho por causa da idade. Quando completei quatorze anos, pedi demissão no trabalho e voltei a estudar, pois havia concluído somente o primário. No segundo ano do fundamental, tive um problema de saúde (psicológico) e novamente abandonei os estudos. Passado um tempo, fui trabalhar em CASA de FAMÍLIA no bairro de Moema. Era um trabalho torturante, pois cozinhava, lavava, passava e ainda exercia a função de babá. O salário era razoável, mas não compensava o sacrifício. Ficava a semana toda longe da minha família, não tinha horário certo pra me alimentar, nem mesmo pra dormir, mas tinha horário para dar início ao trabalho. Mesmo exercendo todas essas funções, na carteira de trabalho o registro era COZINHEIRA e o salário inferior ao que recebia mensalmente. Após dois anos e oito meses de trabalho me demiti e fiquei um bom tempo sem trabalhar, pois devido ao desgaste físico tive vários problemas de saúde. Como eu precisava, voltei a trabalhar na casa de outra família. Como estava de casamento marcado, trabalhei com a mesma durante seis meses apenas e desde então não mais exerci atividade remunerada. Agora que voltei a estudar, devo aproveitar o máximo a oportunidade que o CIEJA tem me proporcionado, pois quando estudo, me qualifico, me preparo dia após dia para um futuro melhor, podendo trabalhar com mais dignidade e ter também um salário digno. Raquel Reimberg, 32 anos, Módulo III FC.

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