domingo, 2 de novembro de 2008

Projeto: São Paulo, viver e pertencer. Peça de teatro: Um dia na praça.

Projeto: São Paulo, viver e pertencer. Módulo IV B, manhã Seqüência No palco os mendigos já se instalam deitados em um canto. Narrador... 1ª cena: Os manos (embaixo do palco). 2ª cena. Entra José Leite, com o jornal, sobe no palco e se senta. Abre e jornal. 3ª cena. Zóio e Gigante. 4ªcena. Carlos entra e se senta junto ao José, que lhe conta a história da carcaça de frango. Depois continua a ler o jornal. 5ª cena. Enquanto a história está sendo contada a vítima do assalto vai subindo ao palco. Fica aflita com o atraso da amiga. 6ª cena. O assaltante sobe no palco correndo e a assalta. Sai correndo com a bolsa e a vitima vai atrás desesperada. Os dois que estavam sentados se escondem com o jornal e saem correndo da situação. 7ª cena. Os mendigos que presenciaram a cena do assalto vão se levantando, fazem sua fala e vão se retirando. 8ª cena. Os garis entram e varrem o pé de um dos mendigos. Fazem sua cana. 9ª cena. As vovós entram e se sentam fazendo crochê, etc. As duas moças da ginástica passam correndo e se retiram. As vovós fazem a sua cena e continuam sentadas. 10ª cena. Entra a professora de ginástica com as três alunas. Fazem alongamento, quando chegam as duas outras duas amigas correndo e atrasadas para a aula. A ginástica continua e as vovós assistem sentadas. A professora propõe que elas venham fazer alongamento e fazem uma roda. É de manhã. A cidade está acordando. Os primeiros raios de sol invadem a cidade. Em um bairro operário, na periferia os personagens iniciam mais um dia: ( fala do ladrão e da vítima) Wellington – Passa a bolsa. Passa a bolsa. Vai logo, passa. Cida – Não moço. Deixa eu ir embora. Wellington – Você só vai embora depois de deixar a bolsa. Anda logo, passa a bolsa. Cida – Eu não tenho nada nesta bolsa, só documentos. Wellington – Não te perguntei nada. Só quero que você passe a bolsa. Cida – O que você quer? Eu não tenho dinheiro. Wellington – Quero a sua bolsa e tudo que você tem. Senão você vai ver o que vai te acontecer. Cida – Tá bom! Moço, deixa eu ir embora? Wellington – Vai logo, rápido. Antes que eu mude de idéia. Vai...vai... Fala dos garis. Luis Caetano – Bom dia, Áurea! Áurea – Bom dia, Luis! Luis Caetano – Tá pronta para trabalhar? Áurea – To pronta! Vamos começar? Luis Caetano – Vamos. Áurea – Como vai à vida Luis. Luis Caetano – Vai bem Áurea, apesar de termos muito trabalho. Esse povo que joga lixo na rua, não pensa como é difícil para a gente. Áurea – É mesmo. Se eles jogassem lixo no lixo, a cidade seria mais limpa. Esta praça tem muitas lixeiras, mas as pessoas ainda jogam lixo no chão. Luis Caetano – SE eles pensassem um pouco, não jogariam papel de balas no chão. A praça é com se fosse a sala de nossa casa. Áurea – É mesmo Luis. Vamos almoçar. Já está na hora. Luis Caetano – Vamos! Fala das vovós Maria José – Tudo bem comadre? Como você está? Vitar – Tudo bem. E você Maria José? Maria José – Bem, Graças a Deus. Comadre, você se lembra quando nós íamos a pracinha, lá na cidade que nascemos? Vitar – Sim. Por que você tá falando nisso? Maria José – Porque o tempo que nos éramos jovens foi muito bom, né? Vitar – Era bom, comadre. A gente vivia paquerando os rapazinhos e eles nos paqueravam Maria José – A minha neta fala que os meninos de hoje não querem saber de paquera. Hoje eles só querem ‘ficar’. Mudou muito do nosso tempo para hoje. Vitar – Hoje vou no baile da terceira idade. Maria José – Ah, eu também vou. Lá tem muito homem bonito. Vitar – Então vamos embora comadre. Se arruma, pois já está tarde. Fala do vendedor de bala. Vendedor de balas – Balas, quem quer balas... tem de coco, mel e caramelo. Olha minha gente. Compre o pacote de balas é apenas um real. Quem quer? Vamos minha gente, me ajude comprando pelo menos um pacote de balas. Fala do mendigo Carlos – Vou ou não vou, vou ou não vou... Geruza – Por que você está cantando esta música? Carlos – Não sei. Geruza – Como você não sabe? Você que canta devia saber. Carlos – Ah, é que não tenho nada para fazer. Geruza – Como você não tem nada para fazer? Carlos – Porque eu só fico aqui sentado sem fazer nada. Geruza – Você não faz porque não quer. Tem muita coisa para fazer. Carlos – Como assim, não entendi? Geruza – Você pode trocar de lugar. Você está enjoado porque só fica no mesmo lugar. Vamos trocar de lugar. Carlos – É mesmo. Ficou bem melhor. Geruza – Não falei! Carlos – Realmente você é demais. Um dia na Praça. Peça em um ato. É de manhã. A cidade está acordando. Os primeiros raios de sol invadem a cidade. Em um bairro operário, na periferia os personagens iniciam mais um dia: Zé Luiz - E ai Jão? Wellington – Beleza mano. Como estão as coisas? Zé Luiz – Tamo chegando da balada. Mano, a coisa tá feia. Wellington – Colou lá na festa? Zé Luiz – Colei e não peguei nenhuma mina. Hoje o mar não tá pra peixe. To procurando uma mina pra casar e nada. Tá osso. Wellington – Calma mano. Você perdeu uma batalha e não a guerra. Mano, o melhor é ir dormir e se preparar para uma nova batalha. Zé Luiz – É isso que vou fazer mano. Valeu. Wellington – Valeu. Alguns instantes depois, um outro personagem aparece, Gigante. Wellington – Fala Gigante! Zé Carlos – E ai Zóio! Belê? Wellington – E essa marmita, tem jeito? Zé Carlos – Tira o zóio Zóio! Wellington – Se eu adivinhar a mistura você me dá a gema? Zé Carlos – Como você sabe que tô levando na marmita? Virou Mãe Dinah? Já tou vendo: Zóio, o profeta. Wellington – Nove entre dez marmitas a mistura é ovo estalado. Zé Carlos – Zóio, o busão já passou? Wellington – Que busão você vai pegar? Zé Carlos – O Bandeira. Wellington – Passou, mano. Tá lotado. Zé Carlos – Cada dia que passa parece que tem menos busão. É problema. Wellington – É o caos. Zé Carlos – Demoro 2 horas pra chegar no trampo. Mais 30 minutos de espera, isso é vida? Wellington - É soda. Zé Carlos – O jeito é fazer baldeação. Vou até a Dutra. Depois pego um para o Terminal Santo Amaro e outro para a Vila Olímpia. Vou pulando e galho em galho. Virei macaco, mano. Wellington – É Gigante, trabalhador parece que foi condenado a virar sardinha, só vive enlatado! Zé Carlos – A periferia precisa de transporte decente. A solução imediata é o Metrô. Quero virar tatu e deixar de ser macaco. Bom, vou para o ponto. Valeu Jão. Wellington – ( olha para o relógio) Tenho que ir embora. O Gigante, dá um tempo, eu vou com você. (continua)

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